quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
>Pois eu
Estava com sono, mas não fui dormir. Liguei o rádio, a TV, a internet e fui tentar ler um livro. Li umas 14 páginas; cheirei umas 12. Uma lágrima esmaece um dégradé na página 22: "é a hora de dormir". Fui ao banheiro, “mijei” sentado e cochilei. Quando me dei conta, minha mulher se contorcia em contrações pré-parto. Era o momento em que eu deveria agir. Decidi, então, realizar o parto da minha própria filha. A criança nasceu morta. Uma música do Roberto Carlos é executada na rádio. O dia amanheceu em paz.
* * *
Estava com sono, mas não fui dormir. Liguei o rádio, a TV, a internet e fui tentar ler um livro. Li umas 14 páginas; cheirei umas 12. Uma lágrima esmaece um dégradé na página 22: "é a hora de dormir". Fui ao banheiro, “mijei” sentado e cochilei. Quando me dei conta, minha mulher se contorcia em contrações pré-parto. Era o momento em que eu deveria agir. Decidi, então, realizar o parto da minha própria filha. A criança nasceu morta. Uma música do Roberto Carlos é executada na rádio. O dia amanheceu em paz.
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>Desatualizando...
Outro dia vi um sujeito com uma camisa em que havia uma frase: “O Capitalismo mata. Morte ao capitalismo”.
E mata mesmo: se não trabalhar, morre de fome.
Outro dia vi um sujeito com uma camisa em que havia uma frase: “O Capitalismo mata. Morte ao capitalismo”.
E mata mesmo: se não trabalhar, morre de fome.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
>Neomodernismo II - Ensaio sobre a catarata
Toda regra tem sua exceção. E isso
É uma regra, ou seja: tem sua exceção.
Logo, nem toda regra tem sua exceção.
Toda regra tem sua exceção. E isso
É uma regra, ou seja: tem sua exceção.
Logo, nem toda regra tem sua exceção.
>Neomodernismo I
Estávamos numa sessão de arte:
O encontro sendo parte do infinito
Com o infinito encontro sendo parte.
Mas parte do infinito é infinito?
Ou julga ser finito o que reparte?
O fim do fim do fim do fim eu fito.
No céu, no sol, no dela, há um aparte:
Calor que arde até quando é escrito.
E eu finjo os olhos onde não tem arte.
* * *
Estávamos numa sessão de arte:
O encontro sendo parte do infinito
Com o infinito encontro sendo parte.
Mas parte do infinito é infinito?
Ou julga ser finito o que reparte?
O fim do fim do fim do fim eu fito.
No céu, no sol, no dela, há um aparte:
Calor que arde até quando é escrito.
E eu finjo os olhos onde não tem arte.
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segunda-feira, 13 de outubro de 2008
>Encontro
Sentia-se todo desgostoso
no bar
acompanhado de uma loira gelada
até chegar uma morena quente.
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Sentia-se todo desgostoso
no bar
acompanhado de uma loira gelada
até chegar uma morena quente.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008
>Amores Excretos III *
Um carinho na cabeça
(e entre os fios, dedos
c
a
i
Um carinho na cabeça
(e entre os fios, dedos
c
a
i
n
d
o
suaves, cilíndricos e enxágües
a me delirar)
Do pênis.
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d
o
suaves, cilíndricos e enxágües
a me delirar)
Do pênis.
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quarta-feira, 17 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
terça-feira, 12 de agosto de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
>oxelfeR etnerapA
Afetos excitam
Estranha agonia
Noite ejacula
Emétropes astros.
Tudo em perfeita
E em clara harmonia
De arquitetônicos traços.
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domingo, 27 de julho de 2008
>O Porquê da Cerimônia
Quero tua vulva
Molhada como a chuva
Chovendo na minha língua.
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quinta-feira, 24 de julho de 2008
>Nova Pérsia
Gosto de ser como foram os romanos
Que incentivavam a fama [sic]
E a guerra.
Famosos são os alexandrinos
E helênicas mulheres parisienses.
Eu que queria ter nascido em Bactrina
E ter roubado Persépolis todinha pra mim
Pra sentar no trono do rei com um sorriso safado
E gritar: “TEMPOS MODERNOS!”
* * *
Que incentivavam a fama [sic]
E a guerra.
Famosos são os alexandrinos
E helênicas mulheres parisienses.
Eu que queria ter nascido em Bactrina
E ter roubado Persépolis todinha pra mim
Pra sentar no trono do rei com um sorriso safado
E gritar: “TEMPOS MODERNOS!”
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>Textículos de Uma Bíblia Sem Razão
“Cuidar-te-ia-vos de ti, pastor Zara.”
Assim falou-lhe-me meu Senhor.
“Porém, troque-se-lhe os cunhos, vago profeta. E não
te suportarás a vida de andante”
Querer-me-ias-lhe vossa presença em meu coração,
Senhor.
“O sangue que te escorre-vos não é o necessário
para teu povo. Não te assustas-o.”
Pois a ti te ofereço-lhe, além dos coágulos, meu e vosso
corpo-o. Sim, tu me amas e eu te amos.
Sois-me pedaço de lhe.
Tenho-ei-o para a eternidade.
Eternize-a-me em vossa paixão.
(Cobria-se-lhe de beijos)
“Chamar-te-ei-lhe-vos de Zaraústre e terás minha missão.”
* * *
>Marginal
Minhas duas irmãs são como ferro e aço:
Uma, descabeçada da cabeça;
A outra, descabaçada do cabaço.
Mas ambas, gesto inconsciente
Como um breve beijo no cachaço,
Um poema sem palavras
Vagina: cano de passar gente.
Minhas duas irmãs são como ferro e aço:
Uma, descabeçada da cabeça;
A outra, descabaçada do cabaço.
Mas ambas, gesto inconsciente
Como um breve beijo no cachaço,
Um poema sem palavras
Vagina: cano de passar gente.
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